quarta-feira, dezembro 16, 2009

quinta-feira, novembro 05, 2009

Manual de sobrevivência a quatro filhos

Demorou, mas tomei coragem e escrevi.

Eu sobrevivo todo dia a quatro filhos (e um marido). Os meus têm idades e fases diferentes, então conflitos, choros e muita bagunça fazem parte do nosso cotidiano. Achei que com minha experiência eu poderia dar algumas dicas às corajosas e aos corajosos que também acham que quanto mais filhos, melhor. Existe alguém assim??

Lá vai:

1ª) não adianta correr, porque depois que eles aprendem a andar, eles correm atrás de você, então, a dica número um é: ENCARE, VOCÊ TEM QUATRO FILHOS, OU TRÊS, OU DOIS, OU UM SÓ.

2ª) pedir a Deus para te dar quatro braços não adianta (já tentei e Ele nunca me atendeu). O jeito é domesticar o direito e o esquerdo a fazerem coisas diferentes ao mesmo tempo. Aquela brincadeira de bater uma mão na cabeça, enquanto esfrega a outra na barriga funciona bem.

3ª) quando todos começarem a falar ou chorar ao mesmo tempo não adianta tentar gritar mais alto. O mais sensato e seguro é tentar abstrair até eles se acalmarem. Eu faço lista de supermercado, ajuda muito.

4ª) quando achar que nunca viu sala mais bagunçada na vida, prepare-se porque o pior está por vir: dê uma olhada nos quartos.

5ª) choro de filho comove mãe, mas o contrário não é verdade. Chorar não funciona e pode ser ainda pior, então não caia na tentação de chorar e se fazer de vítima, o máximo que você vai conseguir é arrancar gargalhadas dos seus filhos.

6ª) não se sinta culpada ou culpado, se em algum momento, você se trancar sozinha ou sozinho no banheiro. Às vezes dá vontade de fugir mesmo, e se trancar no banheiro é até bom. Só não fique lá por muito tempo, porque a situação pode piorar.

7ª) não interfira nas disputas. Você nunca será um bom juiz, afinal as partes têm uma relação íntima com você e alguém sempre vai se sentir injustiçado. E pode acreditar, eles acabam resolvendo sozinhos. Exceção para vias de fato, aí todo mundo de castigo, pensando no assunto.

8ª) perder um pouquinho de sangue não mata ninguém. É normal, cair, ralar, torcer, mancar. Não precisa fazer escândalo, nem chamar a ambulância, o melhor a fazer é sempre ter uma caixa de primeiros socorros à mão e ter noção de como fazer um curativo.

9ª) aprenda a criar linhas de montagem. É bom pra tudo, pra guardar a roupa passada, pra arrumar lancheiras, pra fazer sanduiches.

10ª) com o passar do tempo, as crianças e adolescente vão se multiplicando. Quando começa a fase dos coleguinhas, amigos e namoradas, os finais de semana na sua casa serão sempre lotados de gente. Já cheguei a ter mais de 10 numa tarde de sábado e era uma simples roda de tereré.

11ª) compre uma cama maior. Não tem jeito, os filhos sempre acabam vindo pra cama da gente. Seja por causa de um filme de terror, seja por causa do frio. Nessas noites, meu quarto fica parecendo um acampamento, de tantas crianças espalhadas em colchões pelo chão e no meu próprio colchão.

12ª) essa dica me foi passada por uma amiga: filho tem ouvido no bumbum, porque só ouvem depois de um tapinha. Não, não sou a favor de bater em criança, aliás, sou totalmente contra. Mas muitas vezes eles não escutam, a não ser que a gente dê uma “cutucada”. Fazer-se ouvir é difícil.

13ª) essa é especifica para filhos adolescentes: não há comida no mundo que chegue, nem dinheiro.

14ª) essa é para filhos pequenos: sim, papai Noel existe, coelhinho da páscoa também e tem um monstro embaixo da cama. Não tire a ilusão do seu filho, as recordações que ficam com elas superam qualquer realidade do nosso mundo.

15 ª) e essa é para os bebês: sim, trocar fraldas não é tão fácil, como todo mundo diz. Uma dica, dê um brinquedo nas mãos dele, deixe tudo perto e seja rápida, muito rápida.

Bom, por enquanto é só. Com o tempo e conforme eu for lembrando acrescento novas dicas. Porque filho é bom demais.

(In)vento

Sorvete de rosa
Pro menino no balanço da árvore
Pra menina que espera paciente

Avenidas sem carros
Pro homem que sonha voltar
Pra mulher que dirige a própria vida

Liberdade sem paredes
Pro som que não propaga
Pra voz que nunca cala

Um vento de saudade

Princípia a espera
Som preso na memória
Lembrança da perdida liberdade
Aroma de rosas não colhidas
Árvores derramam nostalgia
e você não chega
Só o vento a cerzir velhas recordações

(CON)JUNÇÃO

Eu poemo, tu amas
Ele poema, nós amamos
Elas poemam, nós amamos

Poemo
Poe(amo)
(Po)amo
Amo
Poemarcia

POEMAR

Eu poemo
Versos inversos
Perfeitos (des)conexos

Pro(lixas) lamentações
Lapsos no tempo

Mesmo assim
Poemo

quinta-feira, outubro 22, 2009

Um, dois, três... Tem que malhar?

Gente, academia é um lugar de doido e doidas, principalmente.

Certa vez, resolvi me matricular numa academia, perto de casa. Depois de dar uma bela olhada no espelho, decidi que três meses de regime e intenso treinamento em casa seriam suficientes para começar a freqüentá-la.

Os três meses não passaram tão rápido quanto eu imaginava que fossem passar, mas passaram. Então chegou o dia, e eu toda feliz, na minha roupa de ginástica (de marca) e camiseta por cima (é claro) fui fazer minha matrícula. Só que quando cheguei lá tinha uma menina, daquelas que moram em academia, entrando. Resultado: mais três meses de treinamento e regime.

Outro dia fui fazer uma aula de jumping. Achei o nome bonitinho e fui lá, ver qual era a dele. Jumping é um monte de trampolins individuais, com uma louca na frente que fica pulando e berrando uhu. A gente tem subir no troço e acompanhar os movimentos da louca, digo, instrutora. Mas ninguém me avisou que pra fazer isto é preciso ter coordenação motora, coisa da qual nasci desprovida. Toda vez que eu tentava subir no trampolim, ele me jogava longe.
E na hora de coordenar os movimentos de pernas e braços? Parece que meus membros ganharam vida própria, enquanto um ia para um lado, ou outro teimava em ir para o lado oposto. Sofri durante 30 minutos, até que uma moça ao meu lado disse educadamente: não é melhor você parar, você não está conseguindo acompanhar.

Instrutor de academia é um ser estranho: uma mistura de sádico com animadora de torcia. Ele fica ao lado do aluno, gritando: Vamos lá, mais um pouco, levanta, força. E o cara ali, quase morrendo, pedindo pelo amor de Deus pra parar.

Mas o que realmente me assusta nas academias são os espelhos. Já repararam no tanto de espelhos que têm nas academias? São quase 360º de reflexo. A gente vê a bunda, a barriga, a lateral tudo refletido no reflexo do reflexo.

E aquele povo que ama espelho? Ficam lá, na frente dele, por horas, levantando peso, fazendo aquela cara de “nossa como você é gostoso”. Os homens de frente, levemente arqueados para verem melhor os músculos do peito e as moças ligeiramente de lado, para apreciar melhor o derrier. E eu lá atrás, tentando me esconder daquele maldito reflexo que fica me mandando aumentar o peso no aparelho.

É por isso que eu desisti. Não vou mais a nenhuma academia. Dá muito trabalho: ficar em forma, usar roupa da moda, medir índice de gordura corpórea. Só de pensar no assunto, eu canso. Prefiro uma boa caminhada no parque, com uma paradinha estratégica no happy hour, com um chopp geladinho e uma porçãozinha bem gostosa para acompanhar.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Quem com o fato se conforma, com o fato será conformado.

Tive uma briga feia com meu marido. Daquelas de pedir separação e tudo. Não sei se vai dar em alguma coisa, mas enfim, não é este o motivo do meu post.

Depois da briga me deu um estalo: e se de repente ele mudasse e se tornasse o marido dos meus sonhos. E se eu não precisasse mais ficar implorando por ajuda. Se ele se tornasse um homem companheiro, que dividisse tudo, do orçamento às tarefas domésticas. Se ele passasse a me acompanhar nas reuniões da escola sem reclamar e até se oferecesse para ficar com as crianças quando tenho que sair.

Se tudo isto acontecesse assim, de repente, da maneira com eu sempre peço, o que será de mim?
Explico: eu sempre tenho histórias para contar sobre como eu me virei sozinha com os pequenos no show, no shopping, na rua. Orgulho-me e me destaco por dar conta de tudo sozinha. Encho a boca para dizer o quanto sou boa mãe, boa profissional e como consigo conciliar tudo isto, sem ajuda de ninguém.

Mas se de repente acontecesse o inesperado e eu passasse a ter com quem contar, do que eu iria reclamar? Como eu iria me destacar nas rodas de conversa?

O mesmo poderia ocorrer com os cidadãos brasileiros: e se de repente tivéssemos um governante perfeito, que conseguisse baixar impostos, fazer o País crescer, melhorar os serviços essenciais, zerar o nível de desemprego, enxugar as contas públicas, acabar com a miséria, enfim conseguisse melhorar definitivamente o nosso País, a ponto de ele ficar como uma Suíça (que dizem ser tão perfeito que entedia). E aí, do que reclamar?

Alias, poderia ocorrer com o mundo também: e se tudo ficasse maravilhoso, sem poluição, sem fome, sem miséria, sem ditaduras, sem perigo ao meio ambiente? O que seria dos grupos de protesto, de proteção, de acolhimento? O que seriam dos protestos bem humorados, violentos, emocionantes?

Pode até parecer um discurso conformista, mas acho que tudo ficaria um tédio. Sem problemas para serem resolvidos, sem males para serem curados, sem lamentos para serem choramingados. E eu, pobre coitada, perderia o status de mulher do ano, perderia metade do meu assunto e metade dos tópicos do meu blog (risos).

O que eu quero dizer é que não existe mundo perfeito (óbvio), mas muitas vezes reclamamos por reclamar, sem realmente querer alcançar nosso objetivo. Estamos querendo apenas chamar atenção para nós mesmos e sermos paparicados, mas no fundo, estamos conformados e até gostamos de estar ali, naquela posição. Por isso, reclamamos sem acreditar em nós mesmos, ou na capacidade de mudança dos outros.

É mais confortável ficar na zona de vítima, de injustiçado.

E aí, e se o meu marido mudar? É melhor começar a me preparar, vai que dou a sorte disto acontecer. Se bem que não serei mais o alvo das atenções.

quarta-feira, setembro 30, 2009

3 minutos de solidão

Minha vida tumultuada pela casa, trabalho, marido e filhos, às vezes pede um pouco de espaço para a única pessoa que não o tem: EU.

Então, quando este grito interior chega, seja em forma de dor de cabeça, seja em forma de dor de estômago, me dou 3 minutos de solidão.

Enveredo para dentro de mim mesma e fico lá, por eternos e silenciosos 3 minutos. É o meu momento, onde eu reflito e me reflito. Onde eu procuro e descubro. Choro, rio, sinto, lamento, exalo, inalo, tudo ao mesmo, parada, dentro de mim mesma.

É um exercício.

Mas não é fácil.

Assim como toda mulher, tenho que abraçar e carregar o mundo. Tenho que provar a todo o momento que sou capaz, que sou eficiente, que sou profissional competente, que sou mãe amorosa, que sou esposa dedicada, que consigo fazer tudo ao mesmo tempo, corretamente e com um lindo e simpático sorriso no rosto.

Isto me toma quase todo o tempo em que estou acordada.

Não, não é um manifesto feminista. É a mais pura realidade, há de se admitir. Como conseguir míseros 3 minutos diante da insistência de colo do filho, ou da necessidade de atenção do marido, ou da exigência de concentração do trabalho?

Vejo muitas mulheres com o mesmo tipo de reclamação: não tenho tempo para mim e ao mesmo tempo vejo muitos homens comentando: tempo para você? Mas e o cabeleireiro, a massagista, a academia?

Mas querido, tempo para mim, quer dizer tempo exclusivo, para pensar (ou não pensar), para não ser mãe, não ser esposa, não ser profissional, não ser cobrada, não ser exigida, exaurida.
É deste tempo, sem as necessidades, problemas e intenções dos outros, que falamos e precisamos. E é justamente por precisarmos de um tempo exclusivo que os 3 minutos são essenciais na vida de uma mulher.

Eu não viveria sem os meus 3 minutos. Sério! Já teria desistido. Esta solidão é essencial na minha vida.

E você, mulher, que sente o peso do mundo nas suas costas, experimente também, tire 3 minutos, só seus, seja trancada no banheiro, seja na sua mesa de trabalho, seja na frente do fogão. Este tempo é precioso e milagroso. Tem o poder de curar, mudar nosso interior e melhorar nosso exterior.

E, queridos, homens, maridos, amigos, sejam legais, respeitem o tempo das suas mulheres. Todas precisam de 3 minutos de solidão.

terça-feira, setembro 22, 2009

Comecei muito bem o meu dia

Acordei cedo, sem vontade de ficar na cama. Lavei o cabelo na água fria. O secador quebrou, mas tudo bem. É bom ficar natural de vez em quando.
Foi difícil tirar as crianças da cama. Respirando fundo e com uma boa dose de paciência, consegui.
Fiz o café, contei errado as colheres de açúcar. Enfim, doce de vez em quando é bom.
Comprei pão, a moça me olhou estranho e perguntou: já de pé? Vou lá todo dia no mesmo horário, não entendi. Mas deixei passar.
Faltou manteiga. O trânsito estava tão tranqüilo, que nem me importei em voltar e comprar.
Cheguei em casa. As crianças haviam voltado pra cama. Gritei, mas não de irritação. O fato é que queria tomar café e não estava a fim de subir novamente aos quartos.
Meu marido não saiu da cama, será que está doente? Fui conferir, continuava a dormir. Chamei, ele disse que ia dormir mais um pouco.
Voltei para o café, leite, pão, manteiga, iogurte. Realmente estava com fome.
Gritei novamente para as crianças e finalmente ouvi algum barulho lá em cima.
Escovei os dentes e retoquei o batom no lavabo mesmo. Preparei os leites com achocolatado e pães.
Arrumei as lancheiras dos pequenos. Separei o dinheiro para o lanche dos mais velhos. Gritei novamente, agora com uma pontinha pequeníssima de irritação.
Calcei os sapatos, ordenei as mochilas, conferi a bolsa: celular, carteira, dinheiro, cartão.
De repente vi meu filho mais velho descendo, todo despenteado, com cara de mau humorado.
Não acreditei. Estava prestes a explodir, quando ele disse: pô mãe, hoje é domingo. Deixa a gente dormir mais um pouco.
Subi.
Tirei os sapatos, limpei a maquiagem, soltei o cabelo, troquei a roupa, deitei na cama.
Adormeci.

Realmente, comecei muito bem o meu dia.

terça-feira, setembro 15, 2009

Tenho inveja da mulher melancia.

Ou porque a mulher melancia é tudo aquilo que eu não quero ser.

De acordo com a maioria dos homens, e da própria mulher-fruta, o fato de eu ser mulher, profissional, até certo ponto bem sucedida, mãe e não ter um corpo “gostoso” faz com que eu tenha inveja da mulher melancia.
Afinal, ela é um mulherão, tem uma bunda grande, a preferência nacional, usa roupas provocantes, adora tirar fotos de perfil, mostrando seu principal atributo e, aparentemente, não se importa em ser objeto de desejo sexual dos homens.
Ok, ela é tudo isto. Mas não homens, eu não tenho inveja dela e a maioria das mulheres, isto inclui namoradas, esposas, ficantes, colegas de trabalho, também não. Pelo contrário, como alguém poderia ter inveja de alguém que só pode tirar fotos de lado ou de costas, pois, sua bunda tem vida própria e é o foco principal dos fotógrafos.
Não é despeito, nem recalque, como já foi sugerido por muitos, é que a mulher-fruta em questão representa tudo pelo qual nós, mulheres normais, comuns e não-gostosas, lutamos contra.
Nós brigamos para sermos respeitadas, imploramos para que nossos companheiros dividam conosco as tarefas domésticas, nos desdobramos para dar conta de tudo: casa, trabalho, trânsito, filhos, reuniões e, principalmente, suplicamos para que a nossa inteligência não seja menosprezada. Resumindo, nós somos a nora que nossas sogras pediram a Deus.
Qual mulher, em sã consciência, gostaria de ser um objeto estampado nas páginas lisas e brilhantes de uma revista escondida em um armário do banheiro? Claro que, às vezes, pode dar uma pontinha de ciúmes, mas nós conhecemos o nosso poder de sedução, nossa capacidade de persuasão e sabemos que somos o ideal para casar, namorar, ficar, fazer companhia, cultivar amizade.
E quanto aquela velha história de que mulher se arruma para outra mulher, isto também é lenda, meus queridos. A opinião das amigas conta, é claro, mas é aos homens que queremos agradar, é para eles que ficamos bonitas, que escovamos o cabelos, que nos maquiamos. Porque os homens querem sim, ao seu lado, uma mulher maquiada, de cabelos arrumados, com roupas bonitas, sapatos impecáveis. Ninguém me convence do contrário, que a falta de vaidade feminina é preferência masculina.
E tem outra, como diz uma amiga: se eu não me arrumar, me cuidar e deixar ele preocupado com quem possa estar me olhando, ele vai ficar tranqüilo o suficiente para olhar para outra.
É por isto que a mulher-fruta é tudo aquilo que eu não quero ser. Porque além do meu cabelo hidratado e escovado, minha cabeça carrega um cérebro pensante, capaz de resolver 10 coisas ao mesmo tempo, incluindo a disputa dos filhos pelo controle do vídeo-game, o cardápio da semana, o problema com o encanamento, a crise de idade do marido, e aquele problema até então insolúvel com o cliente.
Não que a cabeça da mulher fruta não carregue um cérebro pensante também, mas que a bunda pensa mais, isto pensa.

sexta-feira, setembro 11, 2009

a vida sempre sorri,
às vezes sutilmente,
outras escancaradamente,
às vezes é pra gente,
outras é da gente.
o importante é sorrir com ela

quarta-feira, julho 08, 2009

Existem certas coisas que mãe não precisa saber


Este é um diálogo, através do msn, entre meu filho mais velho (16 anos) e eu


Vinicius Scherer diz:

Mãe

Marcia Scherer diz:

oi

Vinicius Scherer diz:

me empresta R$2

em?

Marcia Scherer diz:

pra que?

Vinicius Scherer diz:

comprar um negócio

ein?

Marcia Scherer diz:

que negócio?

Vinicius Scherer diz:

ah, nao fica brava

é camisinha

Marcia Scherer diz:

vai ao posto do coronel antonino, que é de graça

(mudando de assunto) Você não vai para São Gabriel (uma cidade de MS)?

Vinicius Scherer diz:

não

mais não cabe

Marcia Scherer diz:

não cabe no carro?

Vinicius Scherer diz:

não, a camisinha

ela arrebenta

posso compra?

Marcia Scherer diz:

compra

Vinicius Scherer diz:

obrigado mãe

Definitivamente, certas coisas mãe não precisa saber

sexta-feira, julho 03, 2009

Arrependição

Tantas vezes me escondi atrás da parede do infinito

Que fica a portas trancadas dentro do meu banheiro

Tantas vezes cometi os mesmos pecados que minha mãe

Jurando que comigo era diferente


Tantas vezes salivei de raiva, disfarçada num sorriso amarelo

Quantas vezes voltarei para casa, arrependida?


O tempo não apaga nada

Nem alivia nossas mentiras

Nem consome o nosso desejo


Eu não volto porque quero

Volto porque preciso

Eu minto

Principalmente, para mim mesma

terça-feira, junho 30, 2009

Sintomas de chatisse

34 anos, 4 filhos, duas cadelas e um marido depois, descobri que sei exatamente quando estou ficando chata.

Não, não é TPM.

É chatisse mesmo, daquelas que implicam até com o tapete da sala que não está alinhado com a cerâmica.

Quando começo a enxergar os fios de cabelo no chão, ou quando a voz daquele cantor sertanejo se torna insuportável a ponto de eu ter a falta de educação de desligar o rádio, enquanto outros querem ouvir, é sinal que ela está chegando.

E ela (a chatisse) não faz cerimônia. Chega e se instala mesmo. Até as piadas ficam pesadas, cheias de um sarcasmo que irrita e fere.

Coitados dos meninos, são eles quem aguentam eu reclamando horrores sobre como eu sou a única que arruma a casa, a única que coloca as coisas no lugar, a única que lava, a única que passa, a única que não tem tempo para descansar, a única que sofre...

É, fico muito chata. Aí sobra pra voz do locutor, pro ritmo das músicas do frejat, pro cliente que não sabe o seu lugar na hierarquia. Isso mesmo eu implico até com o cliente que quer dar crédito para seus subordinados. Minha chatisse não admite que ele queira dividir os louros.

E ela (a chatisse) é soberana, dona da verdade e cheia de si. Ai de quem discordar, começo com meus discursos intermináveis, chatérrimos, que, por vezes, dão sono.

Mas ser chata não é tão engraçado, quanto tento fazer parecer. É triste, pois por vezes deixo de me divertir com as brincadeiras das crianças, deixo de prestar atenção nos dilemas dos adolescentes e deixo de olhar para meu marido (que vai dormir mais cedo).

Seria melhor se fosse TPM, pelo menos tinha uma explicação biológica, física e a culpa não seria minha. Se bem que sou tão chata que não admito não admitir meus próprios erros.

Então, vez ou outra, cá estou eu, com sintomas de chatisse. Ainda bem que os sintomas costumam durar apenas a eternidade de um dia. E agora já são 20 horas.

Terra de águas

É um deslumbre só.

Aquela imensidão, que se perde no olhar, e se encontra na linha do horizonte.

Tanta água, tanto bicho, que nem cabem em palavras.

Cabem só em admiração.


É uma terra de águas, que sobem e descem lentamente,

Marcando o tempo da gente de lá.

Outrora, lar de guerreiros,

Guaicurus, índios cavaleiros.

Hoje, reino de prosperidade.


Cores, sons, formas em movimento

É vida que brota e encanta olhares

um silêncio que ensurdece

um murmúrio que adormece


Ê pantanal de meu Deus

Ninguém é teu dono

A mistura perfeita

Somos a mistura perfeita

Da paisagem, beleza

Dos povos, costumes

Das águas, força

Do cerrado, determinação

Da terra, trabalho

Somos gente

Que constrói e fortalece

Somos um povo

Que se enche de orgulho

Ao dizer Mato Grosso do Sul