terça-feira, junho 30, 2009

Sintomas de chatisse

34 anos, 4 filhos, duas cadelas e um marido depois, descobri que sei exatamente quando estou ficando chata.

Não, não é TPM.

É chatisse mesmo, daquelas que implicam até com o tapete da sala que não está alinhado com a cerâmica.

Quando começo a enxergar os fios de cabelo no chão, ou quando a voz daquele cantor sertanejo se torna insuportável a ponto de eu ter a falta de educação de desligar o rádio, enquanto outros querem ouvir, é sinal que ela está chegando.

E ela (a chatisse) não faz cerimônia. Chega e se instala mesmo. Até as piadas ficam pesadas, cheias de um sarcasmo que irrita e fere.

Coitados dos meninos, são eles quem aguentam eu reclamando horrores sobre como eu sou a única que arruma a casa, a única que coloca as coisas no lugar, a única que lava, a única que passa, a única que não tem tempo para descansar, a única que sofre...

É, fico muito chata. Aí sobra pra voz do locutor, pro ritmo das músicas do frejat, pro cliente que não sabe o seu lugar na hierarquia. Isso mesmo eu implico até com o cliente que quer dar crédito para seus subordinados. Minha chatisse não admite que ele queira dividir os louros.

E ela (a chatisse) é soberana, dona da verdade e cheia de si. Ai de quem discordar, começo com meus discursos intermináveis, chatérrimos, que, por vezes, dão sono.

Mas ser chata não é tão engraçado, quanto tento fazer parecer. É triste, pois por vezes deixo de me divertir com as brincadeiras das crianças, deixo de prestar atenção nos dilemas dos adolescentes e deixo de olhar para meu marido (que vai dormir mais cedo).

Seria melhor se fosse TPM, pelo menos tinha uma explicação biológica, física e a culpa não seria minha. Se bem que sou tão chata que não admito não admitir meus próprios erros.

Então, vez ou outra, cá estou eu, com sintomas de chatisse. Ainda bem que os sintomas costumam durar apenas a eternidade de um dia. E agora já são 20 horas.

Terra de águas

É um deslumbre só.

Aquela imensidão, que se perde no olhar, e se encontra na linha do horizonte.

Tanta água, tanto bicho, que nem cabem em palavras.

Cabem só em admiração.


É uma terra de águas, que sobem e descem lentamente,

Marcando o tempo da gente de lá.

Outrora, lar de guerreiros,

Guaicurus, índios cavaleiros.

Hoje, reino de prosperidade.


Cores, sons, formas em movimento

É vida que brota e encanta olhares

um silêncio que ensurdece

um murmúrio que adormece


Ê pantanal de meu Deus

Ninguém é teu dono

A mistura perfeita

Somos a mistura perfeita

Da paisagem, beleza

Dos povos, costumes

Das águas, força

Do cerrado, determinação

Da terra, trabalho

Somos gente

Que constrói e fortalece

Somos um povo

Que se enche de orgulho

Ao dizer Mato Grosso do Sul