quarta-feira, outubro 07, 2009

Quem com o fato se conforma, com o fato será conformado.

Tive uma briga feia com meu marido. Daquelas de pedir separação e tudo. Não sei se vai dar em alguma coisa, mas enfim, não é este o motivo do meu post.

Depois da briga me deu um estalo: e se de repente ele mudasse e se tornasse o marido dos meus sonhos. E se eu não precisasse mais ficar implorando por ajuda. Se ele se tornasse um homem companheiro, que dividisse tudo, do orçamento às tarefas domésticas. Se ele passasse a me acompanhar nas reuniões da escola sem reclamar e até se oferecesse para ficar com as crianças quando tenho que sair.

Se tudo isto acontecesse assim, de repente, da maneira com eu sempre peço, o que será de mim?
Explico: eu sempre tenho histórias para contar sobre como eu me virei sozinha com os pequenos no show, no shopping, na rua. Orgulho-me e me destaco por dar conta de tudo sozinha. Encho a boca para dizer o quanto sou boa mãe, boa profissional e como consigo conciliar tudo isto, sem ajuda de ninguém.

Mas se de repente acontecesse o inesperado e eu passasse a ter com quem contar, do que eu iria reclamar? Como eu iria me destacar nas rodas de conversa?

O mesmo poderia ocorrer com os cidadãos brasileiros: e se de repente tivéssemos um governante perfeito, que conseguisse baixar impostos, fazer o País crescer, melhorar os serviços essenciais, zerar o nível de desemprego, enxugar as contas públicas, acabar com a miséria, enfim conseguisse melhorar definitivamente o nosso País, a ponto de ele ficar como uma Suíça (que dizem ser tão perfeito que entedia). E aí, do que reclamar?

Alias, poderia ocorrer com o mundo também: e se tudo ficasse maravilhoso, sem poluição, sem fome, sem miséria, sem ditaduras, sem perigo ao meio ambiente? O que seria dos grupos de protesto, de proteção, de acolhimento? O que seriam dos protestos bem humorados, violentos, emocionantes?

Pode até parecer um discurso conformista, mas acho que tudo ficaria um tédio. Sem problemas para serem resolvidos, sem males para serem curados, sem lamentos para serem choramingados. E eu, pobre coitada, perderia o status de mulher do ano, perderia metade do meu assunto e metade dos tópicos do meu blog (risos).

O que eu quero dizer é que não existe mundo perfeito (óbvio), mas muitas vezes reclamamos por reclamar, sem realmente querer alcançar nosso objetivo. Estamos querendo apenas chamar atenção para nós mesmos e sermos paparicados, mas no fundo, estamos conformados e até gostamos de estar ali, naquela posição. Por isso, reclamamos sem acreditar em nós mesmos, ou na capacidade de mudança dos outros.

É mais confortável ficar na zona de vítima, de injustiçado.

E aí, e se o meu marido mudar? É melhor começar a me preparar, vai que dou a sorte disto acontecer. Se bem que não serei mais o alvo das atenções.

2 comentários:

Unknown disse...

Já pensou se acordássemos na Suíça e tudo estivesse no seu lugar? Nada estaria certo porque o que se desalinha a nossa volta, na verdade está desajustado dentro de nós, a inquietação é nossa e das nossas aspirações, será que estamos querendo o que é possível? Aprendemos desde cedo que a felicidade não é deste mundo e que não viemos aqui a passeio, mas sempre achamos que merecemos um pouco mais das coisas. Será? Eu sei que não mereço... (risos)

Emerson Reis disse...

Olha, um mundo sem desavenças não teria a menor graça!!! Obrigado por praticar #notiquet e sou eu que estou em dívida de não ter comentado aqui! É para se refletir mesmo!! Baita bj e posta alguma coisa no www.blobobagem.blogspot.com, mas primeiro comenta no post da Manu Castro, que tá muito divertido!!!

Baita bj! E.......#notiquet