sexta-feira, julho 10, 2015

Sobre a Lama Asfáltica

Não tem jeito, preciso comentar, mas é claro que é sob o ponto de vista Bernal.
Quando Bernal ganhou, ouvi os inúmeros conselhos que lhe eram dados, muitos falavam em acordos, em governabilidade, em fazer aliados. Mas Bernal não envergava um milímetro, não que não quisesse aliados, que não quisesse administrar com tranquilidade, mas a fórmula apresentada para chegar à governabilidade não lhe agravada nem um pouco, ao contrário, o deixava até irritado.

Assim iniciou sua administração, com uma oposição voraz, que não dava um segundo de descanso, que cuidava até seu facebook, com uma imprensa que cobrava até a bituca de cigarro caída no chão, sem publicidade, portanto sem visibilidade das diversas ações que sua gestão colocava em prática.
Bernal tinha seu ritmo para tomar as decisões, muitas vezes diferente da maioria das pessoas, que preferia ir pelo óbvio, pelo aperto de mão e pelo menos trabalhoso. Econômico ao extremo, fazia cada despesa ser recalculada, para que não gastasse um centavo a mais.
E foi assim com algumas empresas que em 2012 ganharam de presente contratos bilionários com a prefeitura. Bernal cancelou alguns contratos para recapeamento, como o feito com a PROTECO, pois os valores eram altos. A ordem era “faça com a equipe própria, pois será mais rápido e mais barato” e assim duas avenidas foram recapeadas em Campo Grande, a Bandeiras e a Spipe Calarge e apenas um ano.
Campo Grande tinha o péssimo hábito de pagar sem medir e Bernal nunca aceitou isto. A medição deveria ser feita com muito critério e o pagamento somente quando tudo estivesse conferido e reconferido, foi assim com a SOLURB.
Este último caso, o de só pagar depois de tudo muito bem conferido, deu origem à CPI do Calote. Na época falávamos isto, esta CPI é para proteger a empresa do João Amorim, mas parece que poucos ouviram. E assim, a cassação iniciou com a defesa dos interesses do João Amorim. Pois bem, na época da cassação, ouvi várias vezes, de diferentes pessoas, que quem financiava a cassação era a Solurb (não tenho nenhuma prova disto, que fique bem claro, só ouvi falar).
E Bernal foi cassado pelos 23 vereadores, inclusive o que propôs a CPI do Calote (Paulo Siufi) e Olarte foi de mãos dadas para a Prefeitura com a maioria dos vereadores que apoiaram Giroto e a cidade chegou neste caos que está hoje.
Nos últimos meses, ouvi muita gente questionando a eleição de Bernal, dizendo “o meu prefeito era o Giroto” e dizendo que se Giroto fosse eleito, tudo seria diferente. É, realmente seria, a operação Lama Asfáltica prova isto.
Os personagens desta operação são os mesmos que contrapuseram Bernal, seja na campanha, seja na administração: Giroto e João Amorim.
A Lama Asfáltica me deixou muito contente, pois além da questão da derrubada de uma quadrilha que assalta há anos os cofres públicos, ainda tem a questão de que estávamos certos, de que as decisões tomadas por Bernal, por mais estranhas e complicadas que fossem, eram as corretas, de que Giroto era uma péssima opção para a cidade e de que os vereadores (golpistas) não estavam a favor da cidade e sim de outros interesses. A maioria deles apoiou Giroto na campanha, eles defenderam a Solurb, eles cassaram Bernal e eles são os avalistas do Olarte.
Portanto, é como eu sempre digo, não existem soluções fáceis, mágicas, não existe faz de conta, a Campo Grande dos comerciais do Nelsinho era só um embrulho, o grosso da população, aquela que precisa de saúde, educação e de outros setores públicos estava abandonada sim e não queria mais esta situação, queria mudanças.
O povo, ao escolher Bernal, estava certo. Os vereadores (golpistas) ao defender que se mantivesse a mesma situação de sempre, estavam errados.
Que esta Lama em que se envolveu nosso Estado e a nossa Capital sirva de lição, apesar de não ser fácil e de exigir algum sacrifício, a mudança é necessária e urgente. 2016 está aí para que a façamos por completo.

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