segunda-feira, maio 11, 2015

Embalança

Quando a menina balança
O balanço
Embalança meu coração
Quando balança a menina
Embalança
O balanço do meu coração
Quando o balanço embalança
Balança
A menina do meu coração

Avassaladora

Sorrateira
Ela se esgueirou pelas cobertas
Descoberta
Fez se notar pelo calor
Da pele que ardia em brasa
Da boca com suas vontades
Louca
Quase avassaladora
Foi feliz, ali mesmo
Enquanto o pudor não surgia
E a cobria de vergonhas
Desavergonhada
Pediu mais
E novamente experimentou
Felicidade
Que se vê no fechar dos olhos
E se tem
N’alma que nunca se entrega

sexta-feira, janeiro 23, 2015

Os amores dos meus filhos

Na segunda ultrassom do Davi (já sabia que era outro menino - o quarto), eu estava conformada em ser mãe apenas de meninos e conversando com a médica, falei em tom de brincadeira que a vantagem de ter quatro meninos é que eu teria quatro noras. Pro meu espanto, a médica fechou a cara e muito brava disse que “Isso é a pior coisa que poderia acontecer com você. Noras são o pior castigo de uma mãe.” Eu hein...



Acho que sou uma boa sogra. Não sou de me meter na relação de amor dos meus filhos, dou opinião até certo ponto e não exijo nada das minhas noras. Sinceramente, acho que esse amor só importa a eles. Se elas são bonitas, legais, inteligentes, esforçadas, ou totalmente ao contrário é assunto dos filhos e não meu. Claro que eu quero que eles sejam felizes, mas cá entre nós, decepções amorosas são fundamentais na vida.

O nome do Pai e do Filho


Escolher o nome de um filho é algo muito importante, afinal é sua identidade pelo resto da vida. É algo a ser pensado, e repensado. Essa escolha passa pela sonoridade, pela combinação com sobrenome, pela localização no alfabeto, pelo gosto familiar. Tem gente que escolhe tanto o nome dos filhos que acaba criando um grande problema para os mesmos no futuro, que o digam as filhas da Baby do Brasil.




A questão é tão importante que outro dia o Davi (meu caçula de 6 anos) chegou até mim com uma cara séria, pensativa, preocupado mesmo. Ao questioná-lo, ele me respondeu que “não sabia qual nome ia escolher para quando ficasse adulto”. Eu respondi que ele não poderia mudar o nome e que se chamaria Davi a vida toda. Ele ainda mais perplexo “mas então eu vou ter nome de criança quando for grande?”. Tive que citar todos os adultos que também se chamam Davi para ele se acalmar.

Aqui em casa preferimos nomes simples, sem muito rebuscamento, mas cada um com sua história própria.

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Por tudo




Pedras, sombras
Fantasmas
Luzes apagadas
Insones noites de lua
Em nenhum outro sol se põe
As mãos que passeiam 
E gozam
Medo, vontade
Calor

Bocas que se buscam,
encontram-se
E ainda desejam
Fogo
A sonhada inspiração,
agora transpira
Enloucura-se
Hálito macio
Mas é pouco para quem busca o tudo
E não é nada quando se pode o muito

terça-feira, outubro 02, 2012

11



Quando recebi o convite para trabalhar na campanha de Alcides Bernal, minha primeira reação foi pensar: será? Afinal, eu não conhecia o cara, nem do rádio (como assim?), achava que a candidatura dele era fruto de uma vontade pessoal, um capricho, sem embasamento político e sem a concretude necessária para um prefeito de capital.

Aceitei vir para a campanha para rememorar a dupla CabralxScherer, que, modéstia à parte, sempre foi muito boa.

Mas assim que conheci pessoalmente Alcides Bernal, percebi naquele homem de postura elegante, voz bonita e sorriso altivo, algo diferente e não, não é puxação de saco, por causa do trabalho, realmente me encantei pelo candidato.

Lembro-me de uma de minhas primeiras conversas com ele, quando me disse o que gostaria que constasse em seus textos: OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS EFICIENTES, QUE GARANTISSEM QUALIDADE DE VIDA PARA AS PESSOAS. Ele me disse aquilo de uma forma tão natural e ao mesmo tempo tão profunda que não tinha como não abraçar sua campanha.

Então me entreguei, de corpo e alma a sua causa, que ele não gosta de denominar sua, mas sim da sua gente, que ele conhece tão bem.

Bernal tem um jeito de contar suas histórias, de colocar seu ponto de vista, de mostrar o que fazer, todo peculiar. Ele passa segurança, a mesma segurança que coloco em seus textos. Já me disseram: mas tudo o que ele diz na TV é você que escreve. Sim, escrevo seus textos, porém eles são baseados em sua essência, no que ele me passa, não por palavras, mas por sentimentos.

Talvez não devesse me envolver tanto assim com a campanha, mas garanto, foi inevitável, porque o candidato é envolvente em vários sentidos: ideológico, sentimental, racional.  E assim foi e aqui estou, trabalhando para quem eu acredito que seja o melhor candidato a Prefeito de Campo Grande.

Em minha opinião, Bernal representa, hoje, a oposição, a voz da gente, das pessoas das ruas, dos comerciantes, de todos que de alguma forma estão instisfeitos com o atual modelo de administração do nosso Estado e da nossa Capital.

Por trás da sua voz melodiosa e sorriso cativante tem conteúdo, sempre carregado de uma vontade imensa de acertar. Em nossas conversas ele me passa aquela certeza que eu preciso para escolher o futuro prefeito de Campo Grande. E é por isso que eu voto Alcides Bernal. 

segunda-feira, agosto 27, 2012

Para sempre



Se hoje eu beijar sua boca
Pode não ser de verdade
Pode ser força de um desejo
Uma carência repentina
De te sentir junto a mim

Se hoje eu enroscar meus dedos em seus cabelos
Pode ser que eles fiquem por ali
Dançando em fios soltos
Perdendo-se aos poucos

Mas se hoje eu teimar em te amar
Pode ser que sucumbi a vontade
De ter um pouquinho mais
Do que perdi para sempre

quarta-feira, abril 11, 2012

Em busca da luz




Um mar de gente. Sentindo-se menos que gente
O suor da dor escorre, corre
Rastejando não chegam, mas os lábios cerrados marcam
Um lamento dolorido, lamentado tantas e tantas vezes
Tentativas reprimidas pela voz emudecida
É a dor que sufoca, não o pesado fardo
É o fardo que pesa, não a sufocante dor

Um mar de gente. Sentindo-se menos que gente
Com a certeza de que nunca serão
Sem mãos estendidas, abraços fraternos ou esperanças
Mas ainda caminham sofrendo, tateando o túnel
Em busca da luz

terça-feira, março 20, 2012

O ciclo



Ela tinha 30 e poucos, quer dizer trinta e alguns. Ok, ela tinha trinta e muitos e já se preparava para os 40. Sem traumas, neuras ou receios. Quer dizer, com exceção daqueles quilinhos a mais. Mas isto se resolveria quando voltasse pra academia, ou melhor, quando conseguisse tempo para voltar. Assunto futuro.

Há tempos estava sentindo falta de um aconchego, de um suspiro no pescoço, de umas mordidinhas nos dedos. Sentia necessidade daquele cheiro, daquele hálito, daquele gosto. E o telefone ali, ao seu lado. Tantas teclas com números. Se bem que aqueles números nunca deram sorte. Números de azar e nem tinha um treze neles. Mas eles estavam ali, ansiosos para ser tocados. Este, era assunto presente.

Pena que sua memória era tão boa quanto da sua mãe, que tinha a infeliz mania de se lembrar de todos os seus dias de sofrimento. Apesar de que com ela, a memória era seletiva. O sofrimento era quase um aperitivo. Ah, e como ela gostava de aperitivos. Ou não, não gostava? Bendita memória seletiva que fazia com que se lembrasse daqueles olhos azuis e cabelos negros caídos de lado. Um assunto passado.

E entre seus quase enta com os quilinhos a mais, o telefone e seus números brilhantes, os olhos azuis que reluziam na memória, o futuro, o presente e o passado misturavam-se. Então tomou a decisão: foi dançar e ver o dia raiar do alto, quem sabe assim a linha do tempo se alinharia e ela finalmente poderia curtir seu ciclo completo.

Paredes mortas



Pintei as paredes da sala

De cor de vida irradiante

As paredes da sala pulsaram

Até me matar, aos poucos

Comprei tinta nova

De cor de sorrisos

Revivi, as cores pulsaram

Até me matar, aos poucos

Rasguei o papel de parede

Colei novas estampas

Cor de amor apaixonado

As estampas pulsaram

Até me matar, aos poucos

Morri de novo e morri

E morri outra vez

Até viver, aos muitos

Hoje não vejo cores formas

Não sinto texturas ranhuras

Vivo, aos poucos, aos muitos

Até morrer, de vida

sexta-feira, janeiro 20, 2012

TERRA DE GENTE FORTE

EU SOU O FUTURO

TERRA DE GENTE FORTE

LAR DE GUERREIROS

DE SUL-MATO-GROSSENSES

BRASILEIROS...


EU SOU O ALVORECER

A CONQUISTA DE CADA DIA

O SONHO, A REALIDADE...

A MAIS PURA MELODIA


SOU O MATO, A RAÍZ, O CAULE

A DELICADA FLOR

FEITO DA MESMA ALMA

CULTIVADO COM O MESMO AMOR


SOU FEITO DE GENTE,

DE TRABALHO

DE DESENVOLVIMENTO...

SOU PLENO, FORTE,

EM CONSTANTE MOVIMENTO...


MINHA HISTÓRIA AINDA É JOVEM

MAS SOU GRANDE TAL QUAL MEU POVO


COM A PUJANÇA E GRANDEZA

DE FERTILIDADES MIL

SOU O ORGULHO E A CERTEZA

DO FUTURO DO BRASIL

sexta-feira, outubro 28, 2011

Adiante



Despeço-me dos amigos, dos vizinhos e dos amores.

Dou adeus aos estranhos, até logo aos que conheço.

Parto uma partida lenta, sofrida.

Lamentando a ausência, chorando a ida.

Sem retornos certos, a melancolia é companhia constante.

Meus erros ficaram marcados.

Os acertos, levo comigo, numa bagagem parca.

Calçada com o desespero não vejo o fim do caminho.

Apenas vou adiante.

terça-feira, maio 03, 2011

Meu egoísmo


Deixei de lado as ilusões e voei o mais alto que pude.

Não consegui alcançar, mas descobri um novo mundo.

Voltei fortalecida, querendo dançar, beber, ser eu mesma.

Agora o sentimento está solto, liberto, pronto para o próximo.

O corpo não corresponde, mas a alma clama.

E eu quero mais, muito mais.


A liberdade tem seu preço.

Já fiz meu pagamento.

Agora espero o troco, o embrulho e vou embora.

Não é como uma música, mas tem seu ritmo.

Uma melodia sem acordes, que silencia meu ego.


Nada como o próximo gole. Melhor seria não mais voltar.

Nada como a próxima viagem. Melhor seria continuar eternamente.


Estou mais distante que nunca. Chego a agradecer.

Não tenho culpa, deixei tudo para trás.

É uma pena. Minha emoção cessou.

Ser egoísta às vezes é bom. Quase sempre. Estou feliz.

Poema da infelicidade


Sinto falta de alguém que se perdeu nas angústias.

De uma saudade que senti nem lembro quando.

De uma vida que me persegue nos sonhos.

Sinto falta de quando era velha e clamava pela juventude.

Sinta falta do amor que ficou atrás da porta fechada.

Sinto falta da amizade que me fazia chorar.

Da sinceridade que não me deixava dormir.

Do telefone que tocava insistentemente

Sinto falta da raiva, da tristeza, da solidão.

Eu era infeliz e não sabia.


segunda-feira, março 21, 2011

Me convide para dançar


A noite calma tirou meu sono

Acordei pensando em você

O calafrio do abandono me fez voltar à realidade

Nem sempre sou capaz de suportar


Nossa música já tocou

Perdemos o compasso

O espaço e o tempo não são meus aliados

Mas estou a um beijo de distância


Fui impelida a ficar

Não escolhi a próxima valsa

Voltar nunca foi minha decisão

O dois pra lá, dois pra cá ficou preso em meu pensamento

sexta-feira, março 18, 2011

A mulher que eu não fui


A mulher que eu não fui não se prende.

Se joga.

A mulher que eu não fui não tem compromissos.

Tem encontros.

A mulher que eu não fui não se apaixona.

Tem coleções.

A mulher que eu não fui não fica em casa.

Entra no casulo.

A mulher que eu não fui não tem dúvidas.

Tem opções.

A mulher que eu não fui não se entrega.

Conquista.

A mulher que eu não fui não tem medo.

Tem desafios.

A mulher que eu não fui não tem relacionamentos.

Tem conquistas

A mulher que eu não fui tem muito de mim.

E nada do que sou.

Ela não sofre, não chora, não volta atrás e não lamenta o que passou.

Ela simplesmente vive. Nos meus sonhos.

terça-feira, setembro 14, 2010

É o que me inspira


Duro. Preto. Branco.

Molinho até que serve, principalmente numa hora precisada.

Não importa o tamanho, mas a sensação que me traz.

Não importa o formato, mas o prazer que me dá.

É o que me inspira.

Particularmente, prefiro lamber, chupar, aos poucos, bem devagar, para sentir todo o sabor.

Depois, com pequenas mordidas me esbaldar.

Não há sensação melhor. Mistura de prazer com culpa, de euforia com lucidez. Que me faz perder o fôlego.

Adoro quando escorre entre meus dedos e me lambuza.

É o que me inspira. É o que me faz feliz. É o que me satisfaz.

Estímulo, minha liberdade, criatividade, meu espírito livre.

É o que me inspira.

Eu amo chocolate.

quarta-feira, setembro 01, 2010

O peso da minha cruz


Sempre fui muito sensitiva, literalmente. Conseguia sentir o que as outras pessoas sentiam: fome, sede, dor.
Bastava chegar perto de mim e dizer: ai que dor! e pronto, já estava sentindo a tal da dor. E o mais engraçado, se é que posso considerar assim, é que a pessoa parava de sentir.
E não é frescura, como muitos podem estar pensando, porque eu costumava ficar quieta e não revelar que o que estava sentindo. Já o outro, costumeiramente, dizia: nossa parou de doer.
Foram tantos anos sentindo a dor dos outros, que parei de sentir as minhas próprias. Até que um dia me cansei e resolvi parar, afinal, todos dizem que a própria cruz é sempre mais leve que a dos outros e o fardo já estava bem pesado.
Já são quatro anos carregando somente a minha cruz e, agora, a bendita começa a pesar demais. Tanto que estou a ponto de desistir.
Acho que vou voltar a exercer a minha sensitividade, se é que esta palavra existe, e sentir apenas o que os outros sentem. Quem sabe assim, a minha cruz fique mais leve e eu consiga, novamente, carrega-la. Ou perceba que meus problemas não são tão graves assim.
O que sei é que o peso da minha cruz, hoje, é incalculável, bons tempos aqueles em que ela não pesava quase nada.

terça-feira, agosto 31, 2010

Alma Morena


Não amei de primeira
Até resisti
Mas a tarde chegou
Com aquela luz que apaixona
Que faz tudo mais belo

Não teve jeito, já era sua
Sem palavras, sem gestos
Somente amor

Eu fiquei e fiquei para sempre
Criei raiz e sonhei meus sonhos
Plantei vida e colhi realizações
Sou mais que filha
Tenho a alma morena



sexta-feira, agosto 27, 2010

Um brilho no olhar

Ela foi se chegando, com aquele brilho no olhar.

- Me perdoa, dizia a voz doce, num sussurro arrepiante.

Ele até tentou ignorar, mas aquele brilho era fatal e aquela voz rouca enfeitiçava. Até hoje não entende como não consegue se desamarrar. Como não tem forças para resistir.

Não que ela fosse feia, estranha, ou algo parecido. Mas ela nunca foi o tipo de mulher que ele desejou para viver junto. Era mandona, falava alto, gesticulava, ria mostrando os dentes e entendia de futebol melhor que qualquer outro cara.

De fato era divertida, um mulherão, literalmente. Seus quase 1,80 distribuídos em mais de 75 quilos chamavam atenção por onde passavam. Não tinha limites, nunca. Com ela não existe esta história de dieta, comer só salada, se amarrava em massa, comia quase uma pizza inteira e destruía na churrascaria.

Sua frase preferida sempre foi Eu sou. Era um tal de eu sou assim, eu sou assado, eu faço isso. E foi este o motivo da briga, de ter deitado mais cedo, de costas para o lado dela, de não ter apreciado o seu banho, o seu ritual de cremes, a sua sensualidade ao pentear os cabelos.

Resumindo a briga, o rapaz do censo tocou no apartamento, ela atendeu, responde aqui, responde ali e veio a tal pergunta: Quem é o chefe da casa, no que prontamente ela respondeu bem alto, bem do seu jeito: Eu sou A chefe da casa. Quando ouviu aquilo, com aquele ar de deboche, seu sangue ferveu, ela passou dos limites. Alias, ela já havia passado dos limites há muito tempo, com seu jeito prepotente, sua arroganciazinha disfarçada, sua ironia explícita. Teve vontade de gritar, de xingar, de pegar suas coisas e ir embora.

Mas, ao invés disto, não jantou, tomou banho e foi deitar, com fome e o orgulho ferido.

E agora ela vem, toda macia, perfumada e com aquele bendito brilho. Aquela sede. É claro que ele não resiste, ela sabe o que fazer e, principalmente, como fazer. Ela sempre o reconquista. Um minuto depois já nem lembra mais do que se tratava.

Ela perguntou: Você já me perdoou. E ele, como sempre: Sim querida, perdoei, você é a coisa mais importante da minha vida.

E ela, com aquele jeitinho, com aquele brilho que o enlouquece: Amorrr!

Ele: Fala minha linda. Ela: Apaga a porra da luz, que eu quero dormir!